Para sindicato de docentes de única federal que não parou, sociedade está "cansada de tanta greve"
A UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) foi, das 59 federais, a única que não entrou no movimento nacional de greve que completa nesta sexta-feira (17) três meses. Mas, o que levou os professores da instituição a não participar da paralisação?
“A sociedade já estava cansada de tanta greve, movimentos que às vezes não levavam a nada. Tivemos a última em 2003. Com o tempo, passamos a trabalhar com nossos professores a ideia de que só se deve fazer greve quando não há indicativo algum de negociação. E este ano, havia. O governo federal estava disposto a negociar. Era só uma questão de sentarmos e apresentarmos nossa proposta”, afirma Ângela Ferreira, presidente da Adurn (Associação de Docentes da UFRN).
Por pouco, no entanto, os professores não acabaram se juntando ao movimento. Em assembleia, a tese da paralisação venceu, mas um plebiscito derrubou a proposta. “Ficou decidido que não entraríamos na greve naquele momento. Até porque estávamos encerrando um semestre e não fazia sentido entrar em greve durante o período de férias. Mas ficou acertado que se as negociações não avançassem neste período, não iniciaríamos o novo semestre”, diz. A UFRN possui hoje 3.601 professores. Destes, estão sindicalizados 2.386, entre ativos e aposentados.
Voto contra
O professor Edvaldo Vasconcelos, 31, é vice-diretor da Facisa (Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi) da UFRN, cujo campus está localizado no município de Santa Cruz (a 115 quilômetros de Natal). Insatisfeito com as condições que tem para desenvolver seu trabalho, ele foi um dos docentes que votou a favor da greve na UFRN.