Da fome ao título, Barão tem 'careca da sorte' e dobradinha com Aldo; conheça o campeão

24/07/2012 12:49

Renan do Nascimento Mota Pegado, ou simplesmente Renan Barão. Este é o nome do mais novo campeão do UFC, depois que o brasileiro de 25 anos venceu Urijah Faber, neste fim de semana, e faturou o cinturão interino dos galos. Diferentemente dos outros três “reis” verde-amarelos do Ultimate, Anderson Silva, Júnior Cigano e José Aldo, Barão ainda é desconhecido do grande público, mesmo com uma trajetória brilhante no MMA.

Para mostrar um pouco de quem é o nono campeão brasileiro do na história do UFC, o UOL Esporte reuniu algumas curiosidades de Barão dentro e fora dos octógnos, indo da espécie de tradição em raspar os cabelos antes da maioria de seus combates, à fantástica série invicta de 30 combates, passando também pela infância sofrida do potiguar. Ele teve de lutar contra a fome em Natal e passou dificuldades no Rio antes de encontrar seu caminho como lutador. Veja as fotos e confira as histórias de Renan Barão:

 

Renan Barão

 
 
 
 
 
Foto 1 de 24 - Renan Barão comemora com cinturão e faz sua primeira sessão oficial de fotos como campeão interino dos galos UFC/Divulgação

Infância difícil, criação pelos avós e apelido de novela

  • Renan Barão nasceu em Natal e não teve caminho fácil até o cinturão do UFC. Ainda criança, foi criado pelos avós maternos, em condições complicadas. Em certa época da vida, ele detalha: “A gente dormia cedo para não gastar dinheiro com lanche e tentava acordar o mais tarde possível, para não tomar café e só gastar grana para almoçar”. Barão ganhou o seu apelido devido a um personagem da novela “Sinhá Moça”. O avô, hoje com 92 anos, é uma das figuras mais importantes na vida do potiguar, tanto que dedicou a conquista a ele.

 

 

 

 

De garoto briguento a lutador de boxe, com o pai

  • Arquivo Pessoal

    O potiguar não esconde que, quando garoto, era muito levado e adorava brigar na escola. Seu pai, Neto Pegado, era separado da mãe e, quando eles passaram a conviver juntos, no começo da adolescência, Barão passou a praticar boxe. Neto chegou a ser um pugilista campeão brasileiro, e começou a dar treinos para o filho. O gosto pelas lutas só aumentou quando também conheceu o jiu-jítsu e, posteriormente, foi parar no MMA, deixando trabalhos como o de chapeiro em uma lanchonete e dedicando-se apenas aos treinos.

Pronto para a guerra? Visual careca é feito pelo próprio técnico

  • Roberta Salomone/upperbrasil.com/Divulgação

    Renan Barão não costuma ser visto com a carequinha ostentada na maioria de seus combates. Mesmo no treino aberto e na coletiva de imprensa do UFC 149, no Canadá, ele ostentava curtos cabelos negros. Mas, como se estivesse se "vestindo" para a guerra, o visual mudou para a pesagem. É o próprio técnico Dedé Pederneiras quem costuma operar a máquina, e o "novo Renan Barão" já encarou Urijah Faber na pesagem, sexta-feira, com a cabeça raspada. Nem sempre a careca é opção. No penúltimo combate, contra Scott Jorgensen, Barão apareceu de cabelos curtos. Mas, como a tradição deu sorte na conquista do cinturão, é bem provável que ele não abandone o costume para sua primeira luta como campeão.

Parceria com José Aldo e domínio entre os "pequenos" do UFC

  • Reprodução/Facebook

    Apesar de se manter em Natal e fazer boa parte de sua preparação em sua cidade com Jair Lourenço, Renan Barão é reconhecido como uma cria da academia carioca Nova União, Dedé Pederneiras, e foi o 100º lutador a ganhar a faixa preta em jiu-jítsu do técnico. Quando está no Rio, o potiguar é parceiro de treinos de José Aldo, outro campeão do UFC, na categoria pena. Aldo inclusive já venceu Urijah Faber, a quem Barão derrotou pelo cinturão, e deu dicas para o amigo antes do combate deste fim de semana. Os dois cinturões mostram a força do Brasil nas categorias mais leves do Ultimate e também da Nova União, que tem outros talentos trilhando o caminho do título, como Hacran Dias, o campeão do Bellator Dudu Dantas e o peso mosca Jussier Formiga, recém-contratado pelo Ultimate.

A série invicta no MMA: 30 lutas sem perder

  • UFC/Divulgação

    Além de uma história de vida vencedora, Barão também sabe bem o que é triunfar nos ringues. Apesar de ter perdido seu primeiro combate, aos 18 anos, em 2005, ele nunca mais soube o que é ser derrotado desde então. São 30 combates, com 29 vitórias (17 finalizações e seis nocautes) e um no contest, em um combate sem resultado devido a um golpe ilegal. Dana White, presidente do UFC, por muitas vezes elogiou esta invencibilidade, que é considerada a maior do MMA atualmente. “Ele é uma fera. E dominou um dos lutadores mais técnicos que temos”, afirmou o dirigente, após a vitória no UFC 149.

WEC chegou a esnobar o potiguar, mas se rendeu ao seu talento.

  • UFC/Divulgação

    Um dos grandes eventos para lutadores de categorias mais leves nos últimos anos, o hoje extinto WEC chegou a esnobar Renan Barão. Uma tentativa de negociação em 2009 fracassou e o potiguar assinou contrato para lutar no Shine Fights. Este acordo nem chegou a ser colocado em prática: o WEC abriu os olhos para a promessa - já com uma série invicta de mais de 20 combates -, e assinou com ele. Barão venceu duas lutas na organização e depois já foi para o UFC, devido à compra do WEC pelo Ultimate.

Mudança de Natal para o Rio teve enchente na primeira noite

  • Arquivo Pessoal

    Como nada para Barão foi fácil, sua mudança de Natal para o Rio foi complicada, num momento importante do começo de sua carreira. Além de morar num lugar minúsculo, a forte chuva o deixou sem ter onde ficar na primeira noite, ao lado de companheiros de treino como Ronny Markes (foto). "Vim para o Rio e dormi num sobrado, na antiga academia, não tinha nem porta nem janela. A gente dormia em cima do compensado, com três tijolos pra fazer a cama. Éramos eu, Ronny Markes e Ronys Torres. No dia em que cheguei, choveu e encheu de água o lugar onde a gente dormia, não tinha onde dormir. Acho que foi isso, essas dificuldades, que foram me fortalecendo para conseguir estar na correria até hoje", relembrou Barão, em vídeo do UFC.

 

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